escuto a cançao do rio que empurrado pelo vento acaricia a escadaria de
cálcario. espreito o céu azul, limpo, sem nuvens, bordado de gaivotas
que dançam, estendo os braços e abraço a cidade. respiro o perfume do
teu corpo sinuoso. o teu vestido colorido, de decote rasgado, dança com
a brisa. corro atrás de ti, com o rosto molhado de sal, pelas ruas
apertadas e decoradas com varandas de ferro forjado enfeitadas com
flores. subo e desço a calçada, embriegado pelo teu aroma. pego na tua
mão delicada, tingida de sol. envolvo a tua cintura fina com a minha mão
grosseira e granítica e dançamos, no meio da praça, cheia de sol e na
companhia das pombas que voam à nossa volta. os electricos amarelos
rasgam o chão e gritam. o sino da igreja da graça percorre as ruas
apertadas. chamo por ti, grito o teu nome que mora dentro de mim,
Lisboa!.
Sem comentários:
Enviar um comentário