sexta-feira, 29 de março de 2013



escuto a cançao do rio que empurrado pelo vento acaricia a escadaria de cálcario. espreito o céu azul, limpo, sem nuvens, bordado de gaivotas que dançam, estendo os braços e abraço a cidade. respiro o perfume do teu corpo sinuoso. o teu vestido colorido, de decote rasgado, dança com a brisa. corro atrás de ti, com o rosto molhado de sal, pelas ruas apertadas e decoradas com varandas de ferro forjado enfeitadas com flores. subo e desço a calçada, embriegado pelo teu aroma. pego na tua mão delicada, tingida de sol. envolvo a tua cintura fina com a minha mão grosseira e granítica e dançamos, no meio da praça, cheia de sol e na companhia das pombas que voam à nossa volta. os electricos amarelos rasgam o chão e gritam. o sino da igreja da graça percorre as ruas apertadas. chamo por ti, grito o teu nome que mora dentro de mim, Lisboa!.

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